segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Cortar laços. Deixar ir. Desapegar.

Está semana, dentre romances, conversa com terapeuta e observações e vivências eu me deparei muito com estas questões.

Cortar laços.

E eu, agora estou me perguntando: Por que a gente (eu me refiro a mim) não consegue cortar laços com algumas pessoas facilmente?

Deixar ir.

Além de cortar os laços, por que a gente não consegue simplesmente deixar a pessoa, a situação, o pensamento pra lá e seguir em frente?

Desapegar.

Acho que, no frigir dos ovos, dá no mesmo que "deixar ir". Mas ainda assim é desafiador pra mim desapegar de certas pessoas, memórias.

Então, vamos lá.
Vamos ao contexto que me fez chegar a essas indagações.

Eu, definitivamente não sei lidar com minhas emoções.

Não sei dizer o que sinto, quando desenvolvo muita afeição por alguém.

E eu desenvolvo por escolha, por acreditar que aquela pessoa vale a pena. E falo isso sobre relacionamentos afetivos, íntimos.

Embora eu tenha isso vem claro, essa afeição não acontece sempre... é algo que eu evito muito, pelo puro medo de me decepcionar.

Pois bem.

Tenho um amigo do qual me beneficiava, como acontecem em muitas relações adultas modernas.

Ele já havia deixado bem claro que não queria se relacionar com ninguém... NINGUÉM. Maaaaas, eu, aqui, pessoa em processo de destravamento emocional, disse pra si mesma que a pessoa em questão valia a pena e... escolhi... ééé... ESCOLHI desenvolver afeição por ele, num momento em que eu disse pra mim mesma pra me jogar, tentar, que o "não" dele eu já tinha... quem sabe ele não acabaria desenvolvendo o mesmo por mim.

Pois é... ao longo do tempo minha percepção foi de que o benefício tinha muito mais valor que a amizade em si e isso me aborreceu. E adicione a isso o cara vir me apresentar uma pessoa que ele estava "conhecendo"... Pensei comigo: Como assim, conhecendo!?

Fiquei com a decepcionando ideia que no caso eu é que não era o interesse.

E fiquei mega frustrada, deprimida com isso.

Recorri ao que eu faço de melhor quando coisas assim acontecem: Me isolei, me encapsulei na minha casa.

Como esse ser sentimental solitário que sou, chorei horrores, me martirizei, fiquei p*** da vida comigo mesma!

Mas a responsabilidade pelo que eu senti era minha... e somente minha.

Eu tenho essa dificuldade imensa de dizer ao outro o que eu sinto; de externar o que vai no coração e, quando a coisa não sai como eu gostaria e somente eu projetei no mundo das minhas ideias, eu choro, me deprimo, me isolo.

É f****.

Acho que perdi o amigo.

E só vem à minha mente essa coisa de cortar laços, deixar ir e desapegar.

Não que ele não valha a pena.

Para alguém certamente ele vale. Mas com certeza ele não quer valer para mim. E eu estou bem ciente disso.

Daí vem a grande dificuldade de fazer isso na prática: Cortar esses laços, que agora são um fiozinho fininho prestes a quebrar de vez, talvez sem possibilidade de remendos.

E tudo por quê!?

Porque eu não sei expressar sentimento.

Nem mesmo pra levar um não, um fora.

Mas não fique mais ansioso que eu, querido leitor!

Eu não vou desistir de aprender!

Eu vou aprender a dizer o que sinto, mesmo que seja pra levar um não, um fora, um sermão, uma lição de moral!

Vou sofrer?

Cooooom certeza!

Mas certeza maior tenho eu que o sofrimento vai ser professor, como já tem sido, pra que eu faça o que estou fazendo agora: Detectando meus medos, como o medo de se arriscar a se afeiçoar a alguém, me lançando em tentar lidar com essa emoção sem permitir que ela me trave novamente, me impeça de ir à frente.

Quanto a dificuldade de cortar laços, desapegar... pensando, refletindo, rememorando fatos da minha vida, penso que são resquícios da minha busca por amor, por suprir minhas carências, por ser a 1.ª escolha da vida de alguém, ou apenas a escolha de alguém.

Essas coisas pegam muito em mim.

Além delas, estou no momento de aceitação de que eu sou luz; mas trevas também.

Há em mim sempre seres e emoções antagônicas brigando para ver que loba prevale sobre a outra: A loba boa ou a loba má.

Acontece que não dá mais para viver nessa gangorra!
Eu abraço a loba má, a mais relegada, evitada, marginalizada em mim.

Esse é um momento muito significativo pra mim e, por isso senti a necessidade horrenda, imensa de escrever!

Vai que em em algum lugar exista alguém na mesma situação que eu e que esteja se sentindo só na sua jornada e no seu processo!

Estou aqui para te dizer que estamos nessa juntos!

Crescer é isso: Lidar (não disse enfrentar, mas, LIDAR) com nosso melhor e nosso pior.

Como é que alguém um dia vai amar a gente se nós não conhecemos, não acolhemos, não lidamos com nossas duas faces!?

Há um lado bom em todas as coisas e merdas que nos acontecem. Basta que a gente olhe com mais atenção para elas.

Sinceramente, não sei se consigo cortar os laços. Afinal, amigos bons, verdadeiros, que nos dizem o que a gente precisa ouvir, e não o que a gente quer, não são fáceis de se encontrar.

Mas distância e meu isolamento, acho que eu vou continuar.

Não! Não vou parar de buscar amor, afeto, relacionamento, mesmo nessa sociedade em que a maioria tem um pu** medo de... amar.

Me transmita bons algurios.
Eu vou encontrar.

Você verá.

domingo, 29 de novembro de 2020

Poemar-se... 03: Lágrima

Lágrima que rola
Salga a face
Alivia a alma
É grito que se esvai
É liberar do espírito o peso que na mente vai.

Lágrima que cai
É dor que deixa de ser reprimida
É expiro exprimido
É humanidade refeita
A certeza de que não se está insensível ao mundo.

Quando a lágrima cai
A dor se vai

Poemar-se... 02: Porque comecei a poemar

Comecei a escrever poemas

Tudo para ver se o ódio e a mágoa passam

Tristeza e solidão
De mim se apoderaram

Mas não liguei

Poemar-se, poemar a mim mesma
Foi a saída que encontrei para soltar o grito ao mundo
Para nele encontrar lugar
Para deafazer-me do mal amar

Na letra achei refúgio
No digitar, o alento
No grafite, alívio
No bucólico, a paz.

Poemar-se... 01: Das mágoas da alma

Pensamentos lúgubres permeiam a mente
Tristes e cruéis pensamentos por ela passam, 
Não como devaneios, mas desenhos

Desejos de ver passar a quel só mal faz
Desejos de ver findar-se o fio de vida de quem só sabe manipular
Desejos de ver finado àquele que, aproveitador, suga a vida do outro como bem lhe apraz

Decerto que o vampiro em nada fará falta
Decerto que o algoz jamais será lamentado
Certo é que seu fim é mais que desejado

Que se vá
Que vá com todas as suas mazelas e maldades sobre si
Que tenha em vida (e na pós vida!) A recompensa de seu caráter 

Que se vá!
E logo
E nunca mais sequer sua memória retorne
Porque estes a ninguém farão falta.

Que se vá
Pois de tão odiado
Desprezado
Ninguém mais o suporta

Então, maléfica criatura
Vá.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Sobre a toxicidade que muitas vezes entra em nossas vidas...

Existem épocas na vida da gente em que a gente precisa se olhar como a um espelho.
Por quê?
Porque ficamos tóxicos.

Entramos nas vidas das pessoas e saímos olhando tudo das vidas delas: a casa, a decoração, os relacionamentos amorosos, afetivos, familiares, as amizades.
Então, de repente, queremos as mesmas coisas.

Nossa família não nos serve.
Nossos amigos precisam ser renovados.
Aquela casa é mais bonita e queremos uma igual (ou superior!).
Ou seja, a grama do vizinho é mais verde.

Entramos no espírito de reclamar de tudo que nos diz respeito!

Depois, percebendo que não teremos jamais algo igual, passamos a desfazer, diminuir, denegrir ou mesmo furar o olho do semelhante naquele pensamento: se eu não tiver, ninguém vai ter também!

E, em nome de uma falsa prosperidade, uma falsa alegria, um pseudo sucesso a gente mostra na rede uma imagem que não corresponde ao que de fato vivemos.
Gastamos o que não podemos só para não nos sentirmos "menores", não ficarmos "por baixo", não nos sentirmos "menos".

Alguns de nós chegam até a passar por cima dos que antes nós eram caros e queridos só para vermos nosso prazer satisfeito!

Às vezes entramos nessa fase.

E, como eu disse no início do texto, é hora de nós analisarmos como quem vê a si mesmo em um espelho.

Reveja seus passos.
Reveja seus pensamentos.
Reveja suas ações.
Reveja suas falas.
Reveja seus rumos.

Depois de rever a si mesmo, reflita:
- Quais são os valores que dirigem a minha vida?
- Existe ética em cada um deles? Existe respeito e amor a mim mesmo? E amei próximo?
- Será que não há cor também no meu gramado? Será mesmo que tudo na minha vida é cinza e feio?

Se suas respostas não contiverem ética, amor próprio, amor ao próximo, respeito e reciprocidade, é hora de rever suas decisões, suas escolhas de vida.

Caso contrário, tendemos a seguir em uma jornada solitária no futuro.

Pense nisso.

sábado, 6 de junho de 2020

Chega um tempo

Chega um tempo que a gente não sente mais falta de algumas coisas, algumas pessoas.

Elas fizeram tanta questão de não nos ter nas vidas delas que a gente se acostumou a isso.

Chega um tempo em que a gente tem certeza do que não quer.
E tasca o foda-se pra quem tenta tirar nossa paz.

Chega um tempo em que você se questiona e se pergunta: - Eu preciso mesmo disso?
Constata que não e toca a vida pra frente.

Chega um tempo em que ser ou ter migalhas não satisfazem.
Ou é tudo ou não é nada!

Chega um tempo em que a gente diz pra si mesma: - Eu mereço mais!
E merece mesmo!
E por isso, meios termos, furtividades, nhe nhe nhens não cabem mais na nossa bagagem de vida!

Chega um tempo em que você diz: 
- Cabô.
Mas é um acabou tão calmo e sereno que você se sente estranha por ter sido tão simples e calmo.

Cabô porque por trás de tantas coisinhas e mentirinhas você entendeu que nessa você não caia mais.

Onde não te couber, não permaneça.

Como diria Iandê Albuquerque, "Onde não houver reciprocidade, não te demores".

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Quem seremos após a pandemia?

O período de isolamento não foi fácil.
Para quem trabalhava em ocupações estabilizadas, para quem trabalhava em funções autônomas, em empresas privadas, de micro, médio, grande porte, enfim... Mas não é sobre questões financeiras ou ocupacionais que estou a me indagar.

Questiono-me sobre quem era eu e quem serei depois que tudo isto passar.

Crises de ansiedade me asombraram durante quase todo esse período.

O pensamento de que não iria dar conta de tudo foi uma constante e recorrente memória que literalmente tirou o meu sono.

Meu sono foi constantemente invadido por questões que nunca acontecerão e em uma velocidade tamanha que todos os dias amanhecia com dores na nuca.

O corpo sentiu.

Nunca sentira tanto as dores da fibromialgia.

Não posso dizer que trabalhei pouco.

Sempre trabalhei muito e esse período não fora diferente.

Não estou reclamando, mas expondo.

Senti média inexplicáveis várias vezes só por ter de ir ao supermercado, a bancos, a farmácias.

Senti muito sono, pois, como disse, os pensamentos estiveram acelerados durante a shoras em que eu deveria dormir.

Mas coisas boas aconteceram!

Os evitados exercícios físicos entraram na rotina, assim como as práticas meditativas.

Procuro olhar mais o lado bom das coisas, aproximar-se mais da interiorização.

Tenho procurado ajuda, cuidar mais de mim.

Ainda sigo querendo resolver tudo, concluir tudo, na esperança de que uma hora aquela tarefa, aquela demanda acabe logo.

Mas, enquanto isso não acontece e o isolamento não é encerrado, vou buscando conviver melhor com menos gente presente fisicamente e a valorizar a solitude, coisa que ainda não me adequo.